15/08/2007

ESPECIAIS | Uma freguesia na rota do apoio social

Sete anos depois de lançada a primeira pedra, o Centro de Apoio Social (CAS) de Vila Nova de Monsarros, a obra que faltava à freguesia, abre as portas à comunidade dentro em breve. Conheça neste artigo o seu percurso de construção desde o primeiro momento


Ano de 2000, 11 de Novembro. A primeira pedra Centro de Apoio Social de Vila Nova de Monsarros é lançada. Cerca de sete anos e outras tantas dificuldades depois, a direcção do equipamento vilanovense, liderada pelo presidente Agostinho Maia, anunciou que a “obra de vital importância, indispensável à freguesia” vai entrar em funcionamento já no próximo mês, em dia a definir.

Há muito tempo que se equacionava a hipótese da criação de um ponto de apoio na área dos cuidados sociais. Um espaço que proporcionasse uma melhor qualidade de vida aos idosos carenciados ou que vivem sós, permitindo um acompanhamento familiar permanente, contínuo e personalizado. A estrutura auxiliar vem constituir-se como um local comum propício à partilha, num ambiente confortável e familiar, de experiências entre idosos e crianças.

O equipamento irá servir as necessidades da população de Vila Nova de Monsarros, sede de freguesia, Algeriz, Grada, Monsarros, Parada e Poço. Além destas aldeias poderá ainda prestar apoio social a algumas terras vizinhas em caso de existência de vagas, algo difícil dada a escassez de espaço. A incessante e infrutífera luta contra a falta deste amputa a possibilidade da construção de uma estrutura com maior capacidade de resposta mas a ideia de uma ampliação futura não está totalmente afastada. A prioridade no momento irá, no entanto, para as solicitações provenientes da freguesia.

À semelhança de muitas zonas rurais do país, a freguesia de Vila Nova de Monsarros tem uma população maioritariamente envelhecida. Este novo edifício social, o primeiro do género nesta divisão artárquica, poderá, assim, ser a resposta para algumas das carências que actualmente obrigam ao recurso a outras instituições do concelho de Anadia e não só. O CAS VNM poderá ainda servir de incentivo à fixação da população mais jovem pelos postos de trabalho que irá criar, e funcionar como impulsionador do desenvolvimento na área do apoio social pelos serviços que propõe prestar.

De entre os variados obstáculos enfrentados pela direcção do CAS sobressaem a falta de verbas, as dificuldades burocráticas e as diversas reformulações do projecto inicial fruto de exigências impostas ao longo dos anos pelas autoridades nacionais dos distintos ramos de regulação institucional.

 

Processo de construção
A obra devia ter sido concluída em 2003. No entanto, alguns imprevistos, em especial a falta de verbas, obrigaram a um “pára, arranca” contínuo que durou até este ano. Todavia, apesar do estado avançado de construção, a instituição apenas ficará totalmente funcional e apta a prestar serviços à comunidade finda a conclusão das obras no Piso -1.

A ideia inicial da construção do CAS surgiu em 1993 quando Sílvio Cerveira, na altura presidente da Câmara Municipal de Anadia, lançou o repto da edificação de uma estrutura de apoio social capaz de responder às necessidades da população da freguesia vilanovense. Um ano depois formava-se um núcleo de 28 sócios-fundadores liderados por José Luís Esteves Martins (ex-presidente, entretanto falecido) e Agostinho Maia (número dois, actual presidente). Recentemente, António Duarte, presidente da Junta de Freguesia de Vila Nova de Monsarros, foi eleito vice-presidente da direcção do CAS.

O processo de construção que se prolonga há perto de sete anos teve uma primeira fase, iniciada na chegada do novo milénio, correspondente à colocação das vigas de fundação e alicerces da estrutura. Em 2001 é lançada a segunda fase com a edificação estrutural do espaço. Na terceira fase, encetada este ano, procede-se aos acabamentos do rés-do-chão. Pendente fica ainda a construção do Jardim-de-Infância e do ATL (actualmente a funcionar no Edifício
Cor-de-Rosa), que irão funcionar no Piso -1. Os arranjos exteriores ficam a cargo da Câmara Municipal de Anadia, “sem a qual seria impossível colocar o Centro a funcionar já em Setembro”, reforça o vice-presidente.
 

Falta de verbas
A instituição foi inicialmente orçada em cerca de um milhão e meio de euros com previsão de comparticipação estatal de 80 por cento. Apenas três anos depois do início das obras os gastos ultrapassavam já os 500 mil euros e o contributo do Poder Central não atingia os 200 mil.


Até à presente data foram gastos mais de 807 mil euros somente na construção, “o dobro do que recebemos”, afirma António Duarte. Do Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central (PIDDAC) já foram recebidos cerca de 379 mil euros. Apesar disso, a direcção viu-se obrigada a contrair um empréstimo de 300 mil euros a fim de poder “colocar o CAS em funcionamento já em Setembro próximo”, salienta.

A instituição beneficiou até agora do apoio da Junta de Freguesia de Vila Nova de Monsarros, Associação Cultural da Bairrada no Luxemburgo (ACBL), Câmara Municipal de Anadia, PIDDAC, empresas, emigrantes e particulares de todo o município, sobretudo da freguesia, nomeadamente através de donativos directos, pagamento de quotas de associado e oferta de materiais de construção, entre outras contribuições.

 

Valências do CAS VNM
O projecto inicial contemplava a abertura de Creche (30 crianças), Centro de Dia (30 utentes), ATL (40 jovens), Apoio Domiciliário (15 idosos) – espaços comparticipados pela Segurança Social – e Jardim-de-Infância, este último dependente da assinatura de um acordo com o Ministério da Educação. Não se tendo verificado tal pressuposto, a instituição abre assim actividade com aqueles quatro primeiros serviços, estando prevista para Setembro de 2008 a entrada em funcionamento do infantário e, num futuro próximo, tudo correndo pelo melhor, quem sabe, talvez até o necessário Lar/Centro de Noite”, expressa António Duarte.

No entanto, a concretização destas valências rapidamente ficou gorada pelos obstáculos que foram surgindo no caminho da direcção do CAS VNM e, por esse motivo, só três dos cinco préstimos iniciais seguiram no projecto apresentado ao PIDDAC. No documento final apenas ficaram confirmados os serviços de Centro de Dia (15 utentes), Apoio Domiciliário (20 idosos) e Creche (30 crianças), cujo funcionamento acontecerá no rés-do-chão. Apesar disso, o Piso -1 ainda se encontra em fase de construção, actualmente inviabilizada por falta de verbas aguardando, assim, fundos que permitam a sua conclusão.

As inscrições para os três serviços já estão abertas. Para efectuá-las basta contactar o CAS, através do telefone 231 516 204.
 

 
Números
Orçamento: 1 milhão de euros
Valências: 3
Valor gasto na obra: 807.742
Verbas do PIDDAC: 379.446
Utentes nas três valências: 65

O que eles pensam…
Celestino Almeida, Director do Centro Regional Aveiro – “O melhor centro do distrito de Aveiro, o mais inovador e de maiores dimensões.”
Agostinho Maia, Presidente da Direcção – “Foi preciso contrair um empréstimo para abrir as portas em Setembro, mas valeu a pena.”
António Duarte, vice-presidente do CAS – “Um edifício edifico de apoio social que será bastante útil à freguesia. Uma obra que seria impossível construir sem a ajuda de todos.”
José Pereira, Secretário da Direcção – “Uma obra magnífica, com pequenos detalhes que fazem a diferença.”
Mónica Teixeira, Directora Técnica – “Uma infra-estrutura com instalações diferentes, modernas. Será uma mais-valia para a freguesia.”


Frases
Um edifício com arquitectura moderna, central de vigilância e elevador; Apesar da disponibilidade demonstrada pela população, através de donativos (materiais e monetários), alguns vêm a obra com cepticismo, só desfeito quando vista a obra concluída.



Texto e fotografia: FVNMOnline/DR
© fvnmonline

Publicado a 15/08/2007 por FVNMOnline
Categorias: , , , , ,

Comentar com o Facebook:

0 comentários a “ESPECIAIS | Uma freguesia na rota do apoio social”

Enviar um comentário

Mapa de navegação (ver completo)
Instituições: Associação Desportiva e Cultural de Vila Nova de Monsarros (ADCVNM) | Associação Recreativa de Grada (ARG) | Associação Recreativa e Cultural de Algeriz (ARCP) | todas as instituições
Colectividades e Grupos de Confraternização: Angarna BTT | As Primas | Colónia Balnear Nossa Senhora Neves | Grupo de Casais | Grupo dos Carreiros | Marcha Popular de Vila Nova de Monsarros | O Bairradino | O Pichel | Os Inseparáveis | Os Primus |
Rancho Folclórico | Sardanetas BTT | Tarttarugas Monsarros | Ultimatum
Edifícios religiosos: Igreja Adventista do Sétimo Dia de Vila Nova de Monsarros | Igreja Matriz de Vila Nova de Monsarros | Capela de Algeriz | Capela de Grada | Capela de Monsarros | Capela de Parada | Capela de Vila Nova de Monsarros | Capela de Santo Amaro | Capela de São José | Capela das Almas de Além do Rio, Algeriz, Grada, Monsarros e Parada
.

Subscrição FVNMOnline

Receba um alerta no seu email sempre que novos conteúdos sejam publicados.

Tema de SpicyTricks, personalizado por Mário Matos/FVNMOnline